Frase da semana - As pessoas pensam uma coisa, dizem outra e fazem outra. (autor - desconhecido)


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Boulder - escalada

Local: Penedo Furado - Concelho - Vila de Rei
Coordenadas: N 39º 37.602 * W 008º 09.823
Altitude: 141 m

O Boulder é a designação conhecida pela prática de escalada em pequenas paredes que raramente ultrapassa os 3, 4 metros de altura. Embora sejam realizadas competições nesta vertente desportiva, para muitos escaladores destinam-se a desenvolver e a melhorar técnicas de escalada desportiva. Utilizam-se apenas os pés de gato (calçado de escalada) e uma bolsa com magnésio para uma melhor aderência dos dedos à parede rochosa. Durante a prática desta técnica aconselha-se que esteja na base da parede um elemento de segurança “guarda costas” para numa eventual queda o mesmo permita amortecer com os braços o escalador. Estive algum tempo sem escalar com regularidade e recomeçar com o boulder permite-me aperfeiçoar determinados técnicas de escalada que estavam um pouco "adormecidas". A leitura mental que fazemos da parede antes de começar a escalar é fundamental para adaptarmos a técnica correcta para ultrapassarmos cada obstáculo. À semelhança da maioria dos desportos, antes de iniciarmos esta actividade é fundamental um pequeno aquecimento para evitar eventuais lesões. Treinar a mesma via várias vezes com presas pequenas (pontos de apoio) o que inicialmente parece impossível, não tarda em ser possível subir. Para além de muitos outros factores, este é um daqueles que dá imenso “gozo” na escalada. O boulder quanto à sua dificuldade, assenta em três principais princípios: inclinação da parede, o tamanho das presas e a disposição que existem entre elas. Não precisamos ser escravos do treino, mas este, marca sem dúvida toda a diferença para a evolução de um escalador.

Princípios bases da escalada “Boulder”
- Evite riscos desnecessários, tenha sempre na base da parede um colchão ou outro escalador. A altura média para a prática de boulder são 3 metros.
- Aplique sempre a regra dos 3 apoios, isto significa quando movimentar um dos membros os outros 3 estão apoiados na parede de escalada.- Escala-se preferencialmente com as pernas. Isto quer dizer; sempre que possível o peso do corpo assenta sobre os membros inferiores.- Em cada momento deve-se procurar a posição ideal para manter o corpo sobre os apoios, com o mínimo de esforço.- Use as mãos e os pés como pontos de apoio. Nunca utilize os joelhos (evitá-los).- Efectue primeiro a escalada com os olhos. Escalar, tranquilamente, cuidadosamente e correctamente. Sempre que uma presa apresente dúvida, confirme a sua firmeza antes de se apoiar na mesma.

Iniciação à canoagem

Local - "Lapa" concelho - Sardoal, distrito - Santarém
Coordenadas: N 39º 32.210 * W 008º 07.066
Altitude: 175 m


Numa tarde de calor, o contacto com a água pareceu-nos uma ideia bastante razoável para passar o tempo. Escolhi um local sossegado com abundantes sobras para iniciar a minha filha na canoagem. Após uma breve teoria sobre a modalidade, passamos à prática e não demorou muito a dominar o caiaque. Agora só o tempo vai aguçar o jeito e a paixão por esta modalidade.

A canoagem de uma forma geral, engloba dois tipos de embarcação: a canoa e o caiaque. A canoa é uma embarcação aberta por cima, o caiaque, é quase na sua totalidade fechado, possui uma abertura, ou várias que se designa de poço, local onde se coloca o praticante.
O modelo de caiaque mais utilizado é o individual (K1). Existem vários modelos: o caiaque de turismo, caiaques oriundos de disciplinas competitivas, como os de descida de águas bravas ou slalom. Mas se não quisermos utilizar caiaques individuais, podemos recorrer aos caiques bilugares (K2).

Partes do caiaque

Proa: parte dianteira da embarcação.
Popa: parte traseira da embarcação.
Poço: abertura central da embarcação, onde se coloca o praticante.
Apoio de pés / Finca-pés: apoio destinado aos pés.
Carrinho: local onde se senta o praticante.
Casco: metade inferior da embarcação.
Coberta: metade superior da embarcação.

Equipamento e acessórios

Capacete: feito de polipropileno (apenas utilizado em águas bravas).
Roupa: deve ser à prova de vento e da água. Quando for praticar canoagem, providencie no local de chegada uma muda de roupa.
Colete de salvação: é aconselhável sempre que utilizamos a embarcação.
Saiote: é colocado na cintura do praticante e preso ao rebordo do poço, impede a água entrar no Caiaque: é feito de plástico viscoso e tem elástico para ficar preso ao cockpit do caiaque.
Pagaia: tubo de liga leve com duas pás na estremidade, que permite a locomoção do caiaque através dos braços do praticante.
Sapatos de borracha: Devem ser à prova de água e protegerem os pés das pedras quando é necessário andar dentro de água.

Técnica de remar

A pagaia deve basear-se principalmente na rotação do tronco de modo a suportar o correspondente esforço pelos grupos musculares mais robustos (dorsais, peitorais e cintura abdominal). O braço superior estende à frente, com a mão sensívelmente à altura dos olhos, enquanto o braço inferior puxa ligeiramente flectido pelo cotovelo, até a mão passar a linha das ancas, ocasião em que a preocupação passa a ser retirada da pá da água, pela flexão do mesmo braço. O movimento repete-se do outro bordo, num ritmo cadenciado e descontraído. Quando o vento está excessivo, pode obrigar a baixar a pagaia.

Embarque

- Antes do embarque recomenda-se alguns exercícios físicos de aquecimento, para evitar eventuais lesões, nomeadamente, rotação dos braços, ombros, tronco, pulsos, dedos, flectir as pernas e restantes articulações.
- A primeira coisa a fazer para entrar no caiaque é colocar a proa no sentido da corrente ou do vento "se houver", desta forma torna-se mais fácil de dominar a embarcação.
- A pagaia é apoiada no poço e na margem (numa pedra, tronco ou outro ponto fixo).
- Os braços apoiam-se no remo; o peso do corpo faz com que a embarcação se mantenha imóvel e que o praticante possa entrar nela.
- Entra-se no caiaque com as pernas esticadas.

Princípios gerais de segurança

- Ter consciência do nível em que nos encontamos para enfrentar águas bravas ou calmas. É evidente que águas com corrente mesmo fraca requer já alguma experiência do praticante. Se for iniciado na modalidade treine muitas horas em águas calmas.
- Verificar o equipamento antes de iniciar a descida para garantir que reúne as condições necessárias.
- Ter em atenção; conhecer o rio e aprender a interpretear a água.
- É importante distinguir as ondas que são provocadas por uma rocha.
- Prever a rota que se deve seguir por entre os obstáculos.
- Conhecer as correntes e contra-correntes ou seja; correntes no sentido contrário no troço de um rio.
- Ter em conta; que o leito do rio não é sempre igual, o conhecimento do rio costuma andar a par da aquisição da técnica. Não se deve efectuar a descida quando o nível da água for superior ao caudal habitual.
- Antes de iniciar a descida deve-se efectuar um reconhecimento a pé do troço do rio. mesmo que se trate de uma zona aparentemente tranquila.
- Nunca se deve efectuar descidas apenas com uma só embarcação.
- Durante a descida devem ser feitas pequenas tiradas para que a primeira não perca de vista a seguinte.
- As descidas de rápidos devem ser acompanhadas por guias, monitores que conheçam todos os pontos críticos do leito do rio.
- Os elementos da embarcação devem transportar o equipamento necessário para as diferentes descidas dos rápidos.
- Os praticantes devem conhecer as medidas de segurança previstas para a descida.
- É importante que algum elemento do grupo tenha conhecimentos de primeiros socorros na água.
- Saber nadar é a condição primordial para a prática de canoagem.



Passeio pedestre - Covão D`ametade

Local - Serra da Estrela "Covão D´ametade"
Coordenadas: N 40º 19.694 * W 007º 35.284
Altitude: 1.435 m

Após uma visita à aldeia histórica de Linhares da Beira, com o objectivo de assistir a uma das mangas do campeonato do mundo de parapente, que é sempre um espectáculo digno de se ver. Fiquei surpreendido pela falta de espectadores, o que concluo que o parapente, ainda é um desporto pouco divulgado e por muitos mal interpretado. Até a minha filha gostou de ver todo aquele cenário de alta competição.
De regresso a casa e aproveitando estarmos ali tão perto do "coração" da serra da Estrela, visitamos um dos meus locais favoritos desta imponente serra. Este local mágico chama-se Covão D´ametade, está recheado de bastante árvores, onde à sua volta emergem enormes paredes de granito "cantaro magro", "cantaro gordo". O local tem a forma de uma semi-cratera de um vulcão. Fizemos um pequeno passeio pedestre, com o objectivo de visitar algumas cascatas, a nascente do rio Zêzere e apreciar toda a paisagem envolvente. Qual foi o nosso espanto, água a correr nem vê-la!... o que me pareceu pouco normal depois de um Inverno bastante rigoroso. Seguimos um trilho que estava assinalado com montinhos de 3 pedras de 10 em 10 metros, pareceu-me que fosse a indicação que conduzia a uma cache por ali escondida, pois no local existem várias caches. É sem dúvida um cantinho surpreendente pela sua beleza arrebatadora que merece um cartão de visita por todos os amantes da natureza. Este local fez-me recuar cerca de 15 anos na minha vida, onde frequentei a parte final do meu curso de montanhismo durante 3 duras noites com temperaturas negativas extremas e 3 dias a escalar rochas e aplicar técnicas de montanhismo. Ficou por visitar o corredor dos mercadores que é um pouco mais acima, que para mim também tem um encanto especial. É em pleno Inverno e na Primavera que mais admiro este local. Onde a água jorra de todos os cantinhos e paredes rochosas. A neve embelece todo o Covão, que em tempos esteve submerso por um enorme Glaciar. Não precisamos de ir “para fora” para apreciarmos belos locais da natureza. Eu costumo dizer, Portugal é um país de contrastes, com excelentes recursos naturais que vale a pena explorar. Quero salvaguardar que aventurarmos na montanha, requer conhecimentos de montanhismo, devemos estar em "forma", termos uma boa dose de experiência, consultar bem a meteorologia, levar o equipamento adequado à missão e nunca nos aventurarmos sozinhos. Toda a aventura por mais agradável que pareça, pode tornar-se penosa, se não tomarmos todas as medidas adequadas para cumprir a missão
Outro factor curioso, neste dia (09AGO10) no local a temperatura não excedia os 25º C, quando chegamos ao Ribatejo, o termómetro marcava 42º C. só pela temperatura justificou o esplendor desta visita.


Ponte de cordas "Funicular japonesa"

Mais uma aventura, pai e filha, desta vez escolhemos um vale com um pequeno curso de água, onde não faltavam magníficas sombras para fugirmos ao intenso calor. Instalamos uma ponte de cordas “funicular japonesa”, levou mais tempo do que era suposto, pois já não era utilizada algum tempo e as cordas estavam emaranhadas. Com um pouco de paciência e persistência, cumprimos o objectivo que tínhamos previsto. Após a ponte estar concluída foi usufruir ao máximo, fizemos a travessia para ambos os lados de uma forma divertida e aventureira.

"Pequena teoria"

É uma passagem temporária, construída por cordas que serve para transpor cortaduras, rios, barrancos, etc. Uma vez ancoradas e tonsadas as três cordas suporte à distancia conveniente, constrói-se o entrelaçado lateral com nós prusik.A técnica de passagem consiste em por os pés em cima da corda ligeiramente de lado e com as mãos empurrar para fora as cordas superiores. Podemos ainda aumentar a segurança; tensar outra corda estática mais ou menos meio metro acima da cabeça, onde se coloca uma “poulie com mosquetão que por sua vez prende ao baudrier por intermédio de uma cinta.Normas gerais- Deixar extremidades de corda suficiente para executar a ancoragem num e outro lado do obstáculo.- Calcular a largura do vão antes de construir o passadiço, formar um rolo com corda que constitui o entrelaçado lateral para facilitar o manejo.- Prevendo-se a utilização do passadiço, pode-se levar já construído e enrolado.

Tirolesa "Teleférico" - Técnica de transposição de obstáculos

Local - "Portas de Almourão" - conselho de Vila Velha de Rodão
Coordenadas: N 39º 44.099 * W 7º 44.937
Altitude: 150 m
Após um minucioso reconhecimento das portas de Almourão sobre os possíveis pontos de amarração para a sua travessia. Hoje foi o dia de realizar esta magnífica aventura, com 40 metros de altura e 35 metros de vão, começamos cedo a transportar o equipamento e a realizar as amarrações. A difícil tarefa foi aceder com o equipamento a ambos os escarpados, pois os acessos são vertiginosos e não permitiam qualquer distração. Curiosamente no percurso de acesso ao cimo do escarpado havia um ninho de abelhas que não perdoaram umas "ferradelas". A dificuldade maior foi passar as três cordas de um escarpado para o outro, visto que estava muito vento e o bote de borracha era facilmente arrastado, devido ao acelaramento do vento entre as duas paredes rochosas. Depois de algumas tentativas falhadas, com alguma persistencia conseguimos esta importante tarefa. É caso para dizer que foi mais uma aventura com exito realizada que à muito estava programada. Chegamos ao final do dia exaustos, mas satisfeitos. Quero enaltecer aos dois magníficos que me ajudaram a realizar esta aventura, sem eles não seria possível realizar tal proeza.
Pequena teoriaSão sistemas temporários de transposição de vãos que tem por objectivo; transpor barrancos, cortaduras, grandes desníveis, etc. mediante a utilização de cordas estáticas (tensadas). O sistema para tensar as cordas podem ser diversos; nó de camionista em conjunto, com um aparelho de tensar cordas, o gri-gri também pode ser utilizado, com boa rentabilidade e máxima segurança. Durante a realização da travessia, utiliza-se uma roldana tipo (poulie) para cada corda ligado ao baudrier do utilizador, é um equipamento bastante eficaz realizar esta tarefa.

“Montagem”
Utilizam-se cordas estáticas normalmente com 11 mm de diâmetro. A mesma é ancorada num dos lados do vão e a outra ponta da corda é tensada no outro lado. A corda deve ficar numa posição um pouco inclinada para facilitar o deslocamento do executante. Podemos utilizar duas ou mais cordas tensas paralelas, esta técnica normalmente é utilizada quando o vão é muito grande.

“Transposição”
Coloca-se a roldana ou roldanas na(s) corda(s) tensadas, por intermédio de uma cinta, é feita a ligação desde a roldana com um mosquetão com fecho de segurança até ao baudrier do executante. É ligado ao baudrier do executante uma corda para cada lado do obstáculo, tem a particularidade de funcionar como mais uma segurança, mas também em caso de paragem no meio o mesmo será puxado para uma das extremidades do obstáculo.